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O objetivo deste trabalho é analisar o conjunto de artefatos denominados yamaka-aerofones do tipo flauta considerado sagrados pelo povo indígena Paresi. Proibidas à visÆo das mulheres, as flautas yamaka se associam aos espíritos dos mortos e devem receber cuidados especiais. Sua complexa genealogia mítica e importância ritual sÆo exploradas neste estudo, buscando tecer uma compreensÆo sobre os modos de rela‡Æo que os Paresi estabelecem entre si e com a alteridade. Permeado pela existência das yamaka, o pensamento sócio-cosmológico Paresi revela no‡äes nativas sobre gênero, doen‡a, cura, morte e fertilidade, que sÆo amplamente exploradas à luz da mitologia. Refletindo sobre a sua produ‡Æo artefatual e musical e admitindo diferentes percep‡äes acerca da materialidade e musicalidade, busco entender de que modos tais aerofones rituais podem condensar princípios que reverberam no pensamento e na a‡Æo, fundamentais para a reprodu‡Æo da sociedade Paresi.

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Bruno Oliveira Aroni é mestre em Sociologia e Antropologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foi pesquisador do Núcleo de Arte, Imagem e Pesquisa Etnológica (NAIPE/UFRJ) e do Programa de Documenta‡Æo de Culturas Indígenas (Museu do Öndio/FUNAI). Trabalha como Indigenista Especializado na Funda‡Æo Nacional do Öndio (FUNAI).

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