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O propósito deste trabalho foi analisar as várias fun‡äes exercidas pelo discurso epistolar, em especial as cartas de amor, nas novelas camilianas do período de 1860 a 1870, de cujo conjunto destacamos Amor de Perdi‡Æo (1861), Memórias de Guilherme do Amaral (1863), Agulha em Palheiro (1863) e A Sereia (1865). Nestas obras, as cartas têm presen‡a bastante relevante, ligada à forma e, por conseguinte, à elabora‡Æo de conceitos e significados de dimensÆo social e íntima. As cartas trocadas pelos casais enamorados revelam muito mais do que uma história de amor contrariado, que seguiria os moldes da escola romântica. Retratam antes de tudo os anseios pessoais, os conflitos e as tensäes sociais do Portugal do século XIX. O discurso epistolar acaba sendo um modo de dar dimensÆo intimista aos dramas maiores da sociedade. Assim, Camilo fala pelos narradores, pelos seus personagens em diálogo, mas também por aquilo que naquele mundo nÆo se diz, mas se escreve (nas cartas).

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Doutoranda em Literatura Comparada pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Mestra em Literatura Portuguesa pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (2010). Graduada em Letras - Português e Literaturas de Língua Portuguesa - pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2007). Licenciada em Letras pela Universidade Cândido Mendes (2009).

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