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Mediante levantamento e exame de fontes primárias sob uma abordagem transdisciplinar, este trabalho investiga a instrumentalidade do gênero na inven‡Æo da diferen‡a racial que orientou ambos os processos de coloniza‡Æo e descoloniza‡Æo da Irlanda, assentados, respectivamente, no investimento em sua feminiza‡Æo e remasculiniza‡Æo e tratados, cada qual, numa das duas partes em que a pesquisa se divide. Na primeira parte, ao proceder a uma genealogia do discurso colonial, com enfoque na operacionalidade da feminiza‡Æo, argumento que tal dispositivo, ainda que recursivo ao longo de toda a coloniza‡Æo, assumiu caráter polimorfo, já que sujeito às contingências históricas e discursivas. Já na segunda parte, ao empreender uma análise do anticolonialismo, formatado como um projeto de remasculiniza‡Æo, demonstro que os irlandeses, devido à sua posi‡Æo estatuária desfavorável, reinventaram-se sob um regime de significa‡Æo circunscrito pelo discurso colonial.

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Raimundo Sousa é Mestre (com Louvor) em Estudos Literários pela Universidade Federal de SÆo JoÆo del-Rei (2013) e atualmente desenvolve pesquisa de doutoramento em Teoria da Literatura e Literatura Comparada na Universidade Federal de Minas Gerais. Como pesquisador, possui dezenas de artigos publicados em periódicos brasileiros e estrangeiros.

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