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A proposta desta disserta‡Æo é analisar a rela‡Æo entre a reflexÆo de Walter Benjamin sobre a infância e a juventude, desenvolvida nos escritos do período de 1912 a 1929, e sua singular concep‡Æo de memória, elaborada nos ensaios "Experiência e pobreza", "O narrador" e "Sobre o conceito de história". Contra uma visÆo da História progressiva e linear, sua filosofia porta uma no‡Æo de salva‡Æo do passado que, ao invés de ser nostálgico, torna-se fonte de liberta‡Æo. Benjamin reconhece uma perda da tradi‡Æo na modernidade mas, ao mesmo tempo, aponta novas possibilidades frente à barbárie cultural. Escapando do discurso que desvaloriza o passado e a experiência dos mais jovens, Benjamin positiva o "espírito jovem" e a brincadeira infantil como experiências criativas e libertadoras, fundamentais para lidar com a domina‡Æo cultural. O objetivo é investigar, em primeiro lugar, o paradoxo que constitui sua concep‡Æo de memória, resultante desta tensÆo entre tradi‡Æo e modernidade, e, em seguida, explicitar o modo como esse paradoxo já se delineia em sua reflexÆo sobre a infância e a juventude.

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Fernanda da Rocha Marques Nunes é psicóloga com experiência em saúde mental, educa‡Æo e clínica. Doutoranda e Mestre em Memória Social pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Seus estudos abordam a temática da memória social e da produ‡Æo de subjetividade, tendo como centro a experiência infantil.

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