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Há décadas questäes relativas à interdisciplinaridade vêm sendo discutidas no Brasil. Mundialmente desde o início do século XX, ao menos, alguns pensadores vêm chamando aten‡Æo para o fenômeno crescente da especializa‡Æo, que resulta na fragmenta‡Æo das áreas do conhecimento. Paralelamente, no âmbito educacional, o fracionamento é reproduzido na organiza‡Æo disciplinar dos conteúdos escolares e acadêmicos, o que tem como consequência a ausência de uma forma‡Æo integral do indivíduo. Entretanto a maior parte dos debates permanece balizada pelas práticas didático-pedagógicas sem alcan‡ar a camada mais profunda do tema, que é sua dimensÆo epistemológica. Nesse sentido, este trabalho visa compartilhar inquieta‡äes sobre a natureza do conhecimento interdisciplinar e expor especula‡äes sobre as possibilidades metodológicas desse campo epistêmico que, apesar de estar em franca expansÆo, tem se mostrado de difícil delimita‡Æo conceitual. Para tanto, apresenta a proposta epistemológica de Michel Serres que, atento aos acontecimentos contemporâneos, procura demonstrar como a integra‡Æo entre as áreas do saber tem produzido a nós mesmos e ao mundo em que vivemos.

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Professora de Filosofia no Instituto Federal de Educa‡Æo, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT) e doutoranda no Programa de Pós-Gradua‡Æo em Estudos de Cultura Contemporânea da Universidade Federal de Mato Grosso (ECCO-UFMT). Realiza pesquisas no campo da epistemologia e investiga interfaces entre Filosofia, Cultura e Educa‡Æo.

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