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A arquitetura popular constitui-se em um importante elemento de expressÆo das intera‡äes ocorridas entre as diversas culturas formadoras de uma sociedade. O Brasil se caracteriza por uma ampla forma‡Æo cultural que nos legou uma diversidade ainda maior de heran‡as construtivas, sendo uma destas as africanas. Propäe-se assim o reconhecimento das influências africanas ocorridas devido à intera‡Æo entre as culturas construtivas em terra crua da mÆo de obra escrava, de origem afro-ocidental trazida para trabalhar, e daquelas técnicas usadas nas constru‡äes do século XVIII. O grau de autonomia dado ao escravo na concep‡Æo de suas moradias nas fazendas, nos arredores das vilas e nos assentamentos das empresas mineradoras será distinto daquele conferido a estes na forma‡Æo de quilombos. Esta diferencia‡Æo se reproduziu nas formas, usos e apropria‡äes dos espa‡os, entretanto sempre estiveram ligadas a matrizes arquitetônicas africanas. Desta maneira, foi possível atestar que as rela‡äes entre as configura‡äes espaciais e as estruturas sociais na µfrica Ocidental e em Minas Gerais sÆo similares em vários aspectos, sendo estas partes constituintes de nossa arquitetura popular.

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Juliana Prestes Ribeiro de Faria, engenheira civil, Mestre em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável pela Escola de Arquitetura da UFMG, e Doutoranda em Arquitetura pela UNICAMP. É docente do Centro Universitário Filadélfia e atua na coordena‡Æo de projetos de extensÆo e pesquisas na área do patrimônio histórico e das técnicas retrospectivas.

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