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Algumas décadas nos separam do ano da morte de Hannah Arendt. Todavia, seu pensamento político e filosófico conserva enorme originalidade e relevância. Sua obra apresenta um caráter desconcertante, fato que nos impede de estabelecer em rela‡Æo à mesma os rótulos comuns que povoam o debate teórico-político na atualidade. Diferentemente do pensamento filosófico e político tradicional e também diverso do liberalismo, Arendt trata da liberdade como funda‡Æo, como edifica‡Æo do novo na coletividade. Para Hannah Arendt, liberdade é iniciar (no espa‡o público). É nessa esfera que temos frequentemente novos come‡os e iniciativas condicionados pelas a‡äes humanas. Destarte, Arendt demonstra que, sendo cada novo início um milagre, a realiza‡Æo de milagres é a maior potencialidade do espa‡o da política. A a‡Æo (cada novo início) é a seleta expressÆo da própria liberdade (humana). Adverte-nos a autora: se a esfera política, no mundo contemporâneo, sofre por uma carência de sentido, é justamente nessa esfera que podemos contar com milagres.

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- Mestre em Filosofia (IFilo - UFU) - Especialista em Educa‡Æo (UFSJ) - Autor do Livro "CamaleÆo: metapoesia".- Membro da UniÆo Brasileira de Escritores (UBE). - Membro da Academia de Letras e Artes de Araguari - MG (Ocupante da Cadeira N
35). - Colaborador de jornais, boletins e periódicos.

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