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O objetivo desta pesquisa é analisar comparativamente os livros Poemas escritos na Öndia, de Cecília Meireles, e Noturno Indiano, de Antonio Tabucchi, pelo viés da viagem e da alteridade, compreendendo como se dá a busca do senso de alteridade por meio do relato de viagem. Para atingir tal objetivo, propomos as seguintes hipóteses: é possível que, em ambas as obras, o senso de alteridade se construa a partir da rela‡Æo entre a Öndia e o eu-lírico da poeta, e entre a Öndia e o eu investigativo do narrador-personagem; Cecília Meireles externa suas experiências metafísico-poéticas in loco, construindo a sensa‡Æo de alteridade por meio da contempla‡Æo dos lugares e das pessoas, enquanto Antonio Tabucchi constrói a alteridade por meio da investiga‡Æo de uma sombra fugidia e nômade, de um outro ausente. Entre os resultados da pesquisa, ressaltamos que, apesar de construir o senso de alteridade de modos diferentes, é a viagem que dá sustenta‡Æo para a busca desse outro que está em nós, e que a cria‡Æo literária de uma Öndia capaz de abarcar a multiplicidade da humanidade desperta no homem o seu caráter divino e leva-o ao (re)conhecimento de si mesmo.

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Doutorando pelo Programa de Pós-Gradua‡Æo em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa da Universidade de SÆo Paulo (USP); Mestre pelo Programa de Literatura e Crítica Literária da Pontifícia Universidade Católica de SÆo Paulo (PUC-SP). Atualmente leciona Literatura e Língua Portuguesa no Ensino Médio nas redes pública e privada.

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