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A experiência da forma‡Æo humana vai se tecendo, na Grécia Antiga (antes do advento da Filosofia) como um processo ético e estético. A metáfora do tear e de suas tessituras que proponho na presente pesquisa, para o exame do poema épico Odisséia, de Homero, configura-se como um artifício heurístico para a compreensÆo de conceitos que sÆo caros à sociedade grega do século VII a.C.: a excelência (areté) do herói, este homem de nobre estirpe; sua honra (timé) ao dirigir a família (óikos) e a comunidade da polis pela qual é responsável - para que adquira fama entre seus descendentes no futuro e se torne pleno de glória (kléos); a disposi‡Æo em ser bom (agathós) e em ser belo (kalós) - conceitos ou valores complementados pela areté especificamente feminina, a qual é traduzida pela formosura das mulheres e por seu papel social no seio da família. Em um mundo que rompe gradativamente com o pensamento mítico-religioso e instaura uma nova forma de pensamento, podemos reconhecer na Odisséia, desta forma, os albores de um "romance de forma‡Æo" (talvez o primeiro registrado por meio da escrita, no Ocidente?).

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Maciel Gomes, Ananda Maria
Ananda Maria Maciel Gomes, mestre em Educa‡Æo, obtido no Programa de Pós Gradua‡Æo em Educa‡Æo da Universidade Federal de Santa Catarina.

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