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O diálogo Protágoras coloca frente a frente Sócrates e Protágoras, dois pensadores da Antiguidade apresentados muitas vezes como adversários ideológicos: o primeiro como filósofo e o segundo como sofista. Na tentativa de entender se PlatÆo privilegiaria a postura de um frente ao outro, percebe-se quÆo engenhoso e meticuloso é o retrato que o escritor dos Diálogos nos apresenta do mais eminente sofista, afinal, mesmo tendo a oportunidade de rebaixar ou falsificar as reflexäes do renomado sofista no diálogo que leva o seu nome, é a partir deste mesmo diálogo que se vislumbra a possibilidade de extrair informa‡äes mais fidedígnas sobre a vida e obra do sofista. Com a oportunidade, entÆo, de resgatar informa‡äes e reflexäes do próprio Protágoras, desafortunado pelo destino em rela‡Æo à perpetua‡Æo de suas obras, a obra platônica, mesmo quando submetida a um confronto com outras fontes, mostra-se mais histórica do que poderia-se imaginar. Desse modo, a tradu‡Æo, as notas e a introdu‡Æo a seguir miram-se na tentativa de esclarecer a influência da posi‡Æo de PlatÆo frente ao confronto argumentativo entre um filósofo e um sofista e quÆo documental e fidedigno um diálogo de PlatÆo pode ser.

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Doutor em Linguística pela Unicamp (na subárea de Estudos Clássicos, tese defendida no ano de 2016), realizou Doutorado sanduíche na Universidade de Ottawa (entre 2013 e 2014). Tem experiência nas áreas de Educa‡Æo, Filosofia e Estudos Clássicos.

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