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Os blocos de carnaval pioneiros em Belo Horizonte propunham uma reflexÆo crítica sobre a cidade contemporânea, defendendo uma cidade mais justa, igualitária e democrática. Assim, foram levantadas bandeiras políticas reivindicatórias que abordavam questäes como o transporte público e o direito à moradia, apoiando ainda movimentos sociais urbanos. Nesse contexto, muitos dos cortejos carnavalescos ocorreram em vilas, favelas e ocupa‡äes com o propósito de apoiar e chamar a aten‡Æo da sociedade belo-horizontina para esses lugares. Apesar das boas inten‡äes dos integrantes destes blocos de forte viés político, em muitos momentos é adotado um papel missionário pela classe média, levando sua própria cultura e idealiza‡äes para um espa‡o socialmente carente, mas nem por isso culturalmente pobre. Nesse sentido, as ocupa‡äes de vilas e favelas no período do carnaval podem acabar por reafirmar rela‡äes de poder, domínio e opressÆo que já ocorrem sobre a popula‡Æo socialmente desfavorecida em todos os outros períodos do ano. A solu‡Æo passa pelo empoderamento das comunidades e pelo diálogo contínuo e simétrico entre os diferentes sujeitos envolvidos neste tipo de proposta.

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