---

A obra pretende a partir da trajetória do intérprete Moreira da Silva discutir três variáveis: o imaginário trabalhista, empreendido ao longo dos dois governos de Vargas; as representa‡äes de malandro, engendradas em torno do sentido polissêmico da terminologia malandro; e o papel da música na história social e política de nosso país. Quando a historiadora chama aten‡Æo ainda para os projetos que almejavam a forma‡Æo de um ideal de cidadÆo, via cultura, especialmente através do samba. Um cidadÆo ideal, nos anos de 1940-50 deveria estar afinado com os ideais concernentes à tríade rela‡Æo: ´capital, trabalho e cidadania´, que funcionou como for‡a motriz para um projeto cívico musical, principalmente no período autoritário. Período de arregimenta‡Æo do capitalismo e da industrializa‡Æo brasileira, alicer‡ados sobre os ideais de seguran‡a e integra‡Æo nacional. Em Kid Morangueira é possível observar como as can‡äes foram crônicas musicais de um período relevante do país e, como o cancionista respondeu aos "projetos oficiais da na‡Æo" para o trabalho, a cidade de modo sui generis, com a ironia e a transgressÆo, própria do riso.

---

Portes, Isabelle
Graduada em História-pela Universidade Federal do Paraná (UFPR)em 2007 e Mestre em História Comparada pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ) em 2014, com a seguinte disserta‡Æo "O éltimo Malandro" em síncope: imagina‡Æo social, trabalho e cidadania nas can‡äes de Moreira da Silva. Orientada por José D´Assun‡Æo Barros.

---