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Os efeitos da transmissÆo intergeracional da pobreza perenizados pela discrimina‡Æo, sustentam na atualidade, a persistência do confinamento do segmento negro aos estratos mais inferiores e a consequente aliena‡Æo destes indivíduos aos acessos educacionais de qualidade no contexto brasileiro. Ao pensarmos nas possibilidades de inser‡Æo dos negros à categoria de profissionais acadêmicos, percebemos que o âmbito universitário do país apresenta índices quantitativos alarmantemente racistas, tamponados por um discurso justificatório que, atrelado ao ideal da meritocracia e à apologia da competência, obscurecem de forma ideológica as dimensäes tomadas pelos efeitos da discrimina‡Æo racial. Concluímos que estamos diante de um problema o qual nos remete ao contexto identitário destes sujeitos, que, mesmo após o seu ingresso no meio acadêmico, sÆo impelidos a se auto afirmarem permanentemente, tanto na condi‡Æo de profissionais da academia, como na condi‡Æo de profissionais acadêmicos negros.

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Ferreira Miranda, Sheila
Sheila Miranda é Psicóloga, Mestre em Psicologia e Doutora em Psicologia Social pela PUC-SP. Atualmente, professora na UFSJ, atuando na gradua‡Æo em Medicina. Suas principais áreas de pesquisa sÆo: rela‡äes étnico-raciais, gênero, violências e saúde da popula‡Æo LGBTQ+.

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