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Quanto a isso, é consciente de sua impotência e das limita‡äes que lhe sÆo impostas pela linguagem poética que o eu-lírico declara: "é preciso saber dos ventos / da tensÆo das rochas / do equilíbrio dos fundos", como se uma espécie de conhecimento ulterior ao universo da palavra escrita pudesse habilitá-lo a conviver com a indizibilidade dessa palavra. Nessa concep‡Æo, infere-se que a poetisa, em constante busca de possibilidades para o seu dizer, percebe altamente reduzida a compatibilidade entre o pensamento lírico e a significa‡Æo da palavra poética, uma vez que as palavras sÆo incompletas e inapreensíveis, reafirmando a incongruência estabelecida entre o querer dizer e o poder dizer. Assim, resta à poetisa "guiar-se em dire‡Æo / a quantos naufrágios / a vontade do mar / permitir", sugerindo que o fazer poético nunca contemplará inteiramente a inten‡Æo de quem escreve. Sob esse ponto de vista, percebe-se que a constru‡Æo de um horizonte visível dilui-se constante e repentinamente, porque depende sempre de um determinado ponto de vista, refor‡ando o quÆo fugidia e transitória é a fixa‡Æo da paisagem.

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Moreira Marin, Neilisa
Mestre em Letras. UPF, conclusÆo em 2017.Graduada em Letras - Licenciatura Plena. UPF, conclusÆo em 1997.Grande área: Ciências Humanas / µrea: Educa‡Æo.Produ‡Æo: A Teoria da Paisagem de Michel Collot e a Poética de Maria Lúcia Dal Farra: um diálogo sob a perspectiva do local, da imagem e do olhar. 2014.

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