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O território da reprodu‡Æo assistida é fértil em projetos subjetivos, implicando as constru‡äes de maternidade e de família tanto para pacientes como profissionais. Constru‡äes acerca do indizível do feminino que se desdobram. Com a medicina reprodutiva, a procria‡Æo se separou do sexo e o desejo de gravidez igualmente nÆo traduz ou nÆo equivale ao desejo de ter um filho. A maternidade tende a ser idealizada pelas mulheres que compartilham em seus discursos as mÆes subjetivamente internalizadas por meio de tra‡os particulares a cada uma. A fragmenta‡Æo multifacetada presente na maternidade caminha lado a lado com a dificuldade de lidar com o ser mulher, com o feminino que nÆo se consegue fazer representar tanto para as mulheres como para os homens. A leitura psicanalítica da Perda Gestacional de Repeti‡Æo (PGR), um dos diagnósticos de mulheres acompanhadas pela medicina reprodutiva, e da "Tender Loving Care" (TLC), assistência recomendada pela Medicina baseada em evidências para tais mulheres destaca elementos centrais das entrevistas. Cada mulher, mobilizada continuamente pela tarefa de se construir, faz girar uma imensa engrenagem de cuidado e técnica ao seu redor.

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Fonseca, Márcia Aparecida de Abreu
Psicanalista, psicóloga clínica, especialista em psicologia hospitalar, Mestre em Psicologia Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Doutora em Psicologia - Estudos Psicanalíticos /UFMG. Atua há mais de 20 anos no Hospital das Clínicas da UFMG com assistência psicológica, pesquisa e na transmissÆo da prática clínica.

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