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NÆo se retira do homem o domínio sobre a Terra. Somente uma for‡a natural e inteligível pode atuar sobre ele, fazendo-o agir por intermédio do instinto, como já o fazem as outras formas de vida. Assevera-se que o discurso encontrado neste livro nÆo se baseia em uma pretensa igualdade entre o homem e os outros animais. NÆo há que se entender, aqui, que seja possível instituir, jurídica e racionalmente, direitos a um ser irracional. Porque, mesmo no momento em que aceita os outros viventes como sujeitos de direitos, o homem está sendo superior, porquanto um ser capaz de decidir quem tem direitos. Mas que nÆo se confunda o "nÆo ter direitos" com o "ser escravo". A escravidÆo é antagônica à racionalidade. A prática, seja ela contra homens ou entes despersonalizados, só exterioriza bestialidade. EntÆo, igualam-se ou se invertem os sujeitos. A pesquisa é consentânea à ideia de um "Criador Supremo". Porque atribuir liberdade é dizer: "Ganharás o pÆo com o suor do teu rosto!". O solilóquio induz a uma abstra‡Æo: "NÆo te darei nada; mas, também, nada exigirei de ti: eis o teu livre arbítrio. Vai-te, domina a Terra e as demais criaturas que nela habitam, mas nÆo percas tua racionalidade!".

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Araújo, Salvador
Mestre em Direito pela Escola Superior Dom Helder Câmara, onde também se graduou em Direito. É professor pós-graduado em Docência Superior, em Letras e disciplinas afins, estudou Linguística Moderna na Faculdade Federal de Minas Gerais - UFMG. Como escritor e poeta, possui várias publica‡äes, tanto em literatura brasileira quanto na área jurídica.

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