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A hipótese de Barker, de uma programa‡Æo fetal para doen‡as crônicas nÆo transmissíveis, propäe que um estímulo ambiental adverso, como a restri‡Æo de nutrientes ou de oxigênio durante um período crítico do desenvolvimento fetal induz efeitos estruturais e funcionais no organismo em desenvolvimento com otimiza‡Æo do crescimento de órgÆos- chave, como o cérebro, às expensas de outros órgÆos, como as ilhotas beta do pâncreas. Prevendo um ambiente extra-uterino com baixo aporte calórico, o feto realiza mudan‡as adaptativas que levam a altera‡äes metabólicas que objetivam lhe garantir melhores chances de sobrevida. A despeito da quantidade considerável de evidências acumuladas sobre esta "programa‡Æo intrauterina", os mecanismos determinantes de tal programa‡Æo ainda nÆo estÆo completamente esclarecidos. Considerando a sua morbimortalidade em todo o mundo, a busca de conhecimentos que possam levar a uma identifica‡Æo mais precoce dos pacientes de risco pode levar à promo‡Æo de modifica‡äes significativas, nÆo apenas na melhoria das condi‡äes de saúde desses indivíduos e das gera‡äes futuras, como também na redu‡Æo dos custos do Sistema de Saúde.

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Dra. Sandra Mattos é Cardiologista Pediátrica e Fetal do Real Hospital Português, no Recife. Realizou forma‡Æo em Londres (Hospitais Brompton e GOSH) e atuou como staff no Hospital John Radcliffe (Oxford) e na Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill. Tem doutorado em Biotecnologia e é fundadora da ONG Círculo do Cora‡Æo de Pernambuco.

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