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O presente livro evidencia os aspectos socioculturais a partir das representa‡äes sociais dos surtos epidêmicos de raiva humana ocorridos nos municípios paraenses de Portel, Viseu e Augusto Corrêa, durante o biênio 2004 e 2005, período em que a incidência teve um significante aumento da enfermidade, sendo o morcego o vetor dessa antropozoonose. Ao pesquisar as concep‡äes causais da raiva humana, uma doen‡a quase cem porcento letal, encontrei as formas de adoecer e morrer deste mal compreendidas pelos grupos sociais afligidos. Apresento os itinerários terapêuticos realizado pelos familiares junto às vítimas, os quais procuram os sistemas biomédicos e tradicionais sem ordem de prioridade em busca da cura, que é imperativa em rela‡Æo às explica‡äes etiológicas ou nosológicas. Quanto à rela‡Æo da causa com a nÆo-adesÆo à terapia, encontrei as atribui‡äes, segundo a morfologia do vetor morcego, e o significado do termo raiva, descontextualizados da epidemia em questÆo. Os conhecimentos sobre as concep‡äes de saúde/doen‡a/morte, as conexäes causais e a rela‡Æo com a nÆo-adesÆo ao tratamento profilático anti-rábico oferecem subsídios para adequar paradigmas sanitários.

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Bezerra, Patricia Melo
Ph.D em Ciências da Saúde e Mestre em Saúde, sociedade e endemias na Amazônia atuou durante os surtos epidêmicos de Raiva Humana do Pará. É enfermeira há 20 anos e atua em diferentes campos da área: assistência, docência e gerência mantendo o foco na vigilância em saúde.

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