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Paul Ric ur (1913-2005) teve sua vida marcada pelo sofrimento e pela violência. Ele vivenciou o problema do nÆo reconhecimento da alteridade nÆo somente nos conflitos do cotidiano, mas também durante os horrores das guerras. Desde esta perspectiva é que se investigam os conceitos éticos de alteridade e de reconhecimento mútuo na obra de Ric ur. Retomando a no‡Æo aristotélica de mutualidade estabelecida entre amigos, Ric ur discute o problema da alteridade com a fenomenologia do ego e do alter. Ademais, o autor busca salvaguardar o conceito kantiano de respeito, bem como o conceito hegeliano de luta, pois entende que eles permitem introduzir a questÆo do reconhecimento. Ric ur assinala que, apesar dos conflitos, é possível garantir uma forma autêntica de reconhecimento do outro que foge às alternativas da luta e da violência. Trata-se da generosidade do dom, que motiva a gratidÆo do contra dom e assegura uma autêntica reciprocidade na troca de dons entre sujeitos. Enfim, tanto a alteridade quanto o reconhecimento, nÆo só estÆo substancialmente presentes no pensamento de Ric ur, como também se inserem no amplo contexto do debate ético e filosófico contemporâneo.

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Licenciado em Filosofia pelo Centro Universitário Franciscano de Santa Maria, mestre em Filosofia e doutorando em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria. Membro do grupo de pesquisa em Ética e Ética Aplicada, da UFSM. Membro fundador da Associa‡Æo Ibero-americana de estudos sobre Paul Ric ur (ASIER).

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