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Por meio das memórias de Serejo, o trabalhador dos ervais deixa de ser anônimo e passa a ter "voz". A história pode ser contada na perspectiva daqueles cujas mÆos calejadas, contribuíram para um momento histórico importante na fronteira entre o Brasil e o Paraguai: o Ciclo da Erva-Mate (1883-1947). A imersÆo que se faz nessas memórias busca, porém, um aspecto específico das vivências desses sujeitos: seu processo educativo. Por meio da análise dos registros de Serejo, entrecruzando-os com outras fontes da historiografia, revela-se que esses trabalhadores nÆo tiveram acesso à educa‡Æo escolarizada, mas desenvolveram entre si uma educa‡Æo para e pelo trabalho, além de trocas culturais significativas que conferiram uma identidade ao referido grupo, possibilitando-lhe inclusive formas de resistência. Espera-se, neste livro, contribuir com outros estudos de caráter historiográfico da área de educa‡Æo. Se o objetivo da análise aqui realizada é compreender como se desenvolvia a educa‡Æo nos ervais, indiretamente se evidencia, em rela‡Æo à metodologia, a relevância de trabalhos que tomem a memória como fonte.

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Pedagoga, Mestra em Educa‡Æo (UFMS). Cursa Doutorado em Educa‡Æo (UFMS) e participa do Grupo de Estudos e Pesquisas em Antropologia e Sociologia da Educa‡Æo (GEPASE/UFMS). É professora efetiva do município de Campo Grande/MS. Trabalha com os seguintes temas: memória, identidade, trajetórias escolares, famílias e escolas.

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