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Este trabalho tem por finalidade a análise comparativa da figura do ameríndio, dentro de um processo de forma‡Æo de identidade multicultural, nos romances Maíra, do brasileiro Darcy Ribeiro e Ashini, do quebequense Yves Thériault. Trata-se de examinar as possibilidades de reconstru‡Æo, via fic‡Æo, da imagem de comunidades étnicas postas habitualmente à margem da sociedade. As obras escolhidas tematizam o hibridismo, a memória, a territorializa‡Æo; caracterizam também o índio como sujeito-cidadÆo. Nosso alicerce teórico remete principalmente aos conceitos bakhtinianos de discurso, dialogismo, polifonia que nos ajudaram a reler os textos, a reconstruí-los com vista a uma reflexÆo crítica sobre a realidade histórica dos índios do Brasil e do Canadá, assim como sobre o imaginário projetado sobre ambas as comunidades através de seus representantes ficcionais. Além de Bakhtin, temos solicitado igualmente os recursos de Néstor Canclini e Homi Bhabha para esclarecer os conflitos interétnicos suscitados nos textos pela presen‡a de personagens que, por mais estranhos que possam parecer, sÆo membros autênticos de nossa americanidade.

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Graduada em Língua Portuguesa e Francesa pela Universidade Católica de Pernambuco e mestra em Literatura/Letras pela Universidade Federal de Pernambuco; doutoranda em Linguística pela Universidade Federal da Paraíba/PROLING. Atua com forma‡Æo de professores e trabalha com pesquisa na área de sociolinguística interacional e cultura.

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