---

Psicanálise e Literatura, campos apaixonantes que autorizaram este escrito, através do viés do tempo, do desejo e do amor. Apercebo-me agora que foram esses vieses que recortei da vida tecida pelos personagens dos contos analisados neste livro. Acaso, nÆo. Assim foi porque estes vieses tecem a vida de alguns sujeitos que se deixam levar pelas vias tortuosas do desejo e criam a possibilidade de conhecer a plasticidade do mundo humano. NÆo ter aquele objeto que nos completa, condena-nos à incompletude, mas abre a porta da pluralidade. Podemos escolher, a partir de nossa realidade simbólica, aqueles que nos fazem sentir em seus movimentos de idas e vindas, de satisfa‡Æo e insatisfa‡Æo, de sombra e escuridÆo, de afei‡Æo e de aborrecimento, de ternura e devassidÆo, o desconforto que nos leva à inven‡Æo de um novo ser para o sujeito. Um ser que possa sentir que a vida vale apena apesar do nosso desconforto da falta a ser, por mais que ajuizemos ser. Se por um lado esta crueza da vida Clarice e a Psicanálise revelaram-me, por outro me abriram a via da inven‡Æo, possibilitando-me entrever outra face da vida, a da ternura.

---

Atuou na clínica psicanalítica. Atualmente é Professora de Psicologia e Tutora na modalidade de Ensino à distância - EaD. Formou-se em Psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santos - UFES, onde tornou-se Mestre em Letras, sob a orienta‡Æo da Doutora Olga MMC de Souza Soubbotnik.

---