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Esta pesquisa dedica-se à apresenta‡Æo e análise da Universidade de Estado do Haiti e sua história de luta, confronto e resistência, que permanecem profundamente desconhecidas por seus vizinhos latino-americanos, entre os quais se inclui o Brasil. Entendemos que esse desconhecimento nÆo está restrito à Universidade haitiana, em particular, mas estende-se ao país, de forma geral, cuja compreensÆo mais complexa e densa vem sendo obstaculizada por uma cobertura midiática que geralmente é marcada pela exacerba‡Æo do exotismo, da pobreza ou da tragédia haitiana. Desde o terremoto de janeiro de 2010, observamos o recrudescimento desses discursos etnocêntricos, empenhados em justificar práticas que só podem ser definidas como coloniais na medida em que se apresentam como caminho/instrumento de salva‡Æo do país de uma suposta impossibilidade de existir por si próprio ou de resolver seus próprios problemas . O Haiti real perde cada vez mais espa‡o nesse cenário inventado, discursado, fotografado e reproduzido hermeticamente, a ponto de tornar-se imperiosa a divulga‡Æo de outras versäes, outras dimensäes, outros olhares sobre o Haiti.

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Pâmela Marconatto Marques é graduada em Direito (2006) e em Ciências Sociais (2008) e Mestre em Integra‡Æo Latino-Americana (2009), todos pela Universidade Federal de Santa Maria. Também é Mestre em Educa‡Æo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2013). Em 2008 esteve no Haiti como pesquisadora do International Development Research Centre.

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