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Todo discurso é heterogêneo. No texto, uma das formas de materializa‡Æo da heterogeneidade sÆo as aspas, cujo uso denuncia a existência de outras vozes que traspassam os enunciados. O enunciador, ao colocar um termo ou expressÆo entre aspas, pretende, intrinsecamente, chamar a aten‡Æo do leitor para um determinado aspecto do enunciado. Uma das principais fun‡äes das aspas é a alteridade - clivagem enunciativa que evidencia a presen‡a do discurso de outro enunciador, dando ênfase às suas palavras - , o que, no discurso jornalístico é de suma importância, uma vez que delimita o distanciamento entre os discursos, obtendo-se, assim, a almejada objetividade jornalística. As aspas atribuem, portanto, um caráter metaenunciativo aos termos que marcam. Destarte, sob tal aspecto, analisamos comparativamente os usos das aspas em 266 editoriais - sendo 133 de cada jornal, Agora SÆo Paulo e Folha de S. Paulo - à luz da teoria da autora francesa, Jacqueline Authier-Revuz, classificando os usos encontrados de acordo com as "nÆo-coincidências do dizer" por ela propostas. A obra se destina a todos aqueles que tenham interesse pelos estudos discursivos, mais precisamente pela metaenuncia‡Æo.

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Mestre em Letras pelo Mackenzie, especialista em Linguística e Língua Portuguesa, graduado em Direito e Administra‡Æo. Foi auditor, servidor estadual e federal, e professor. Atua em revisÆo de Relatórios e Pareceres. Em seus trabalhos acadêmicos dedica-se ao discurso jornalístico, com ênfase em editoriais, artigos de opiniÆo e de análise política.

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