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A filosofia nÆo se confunde com a ciência, diz-nos Wittgenstein. Essa expressÆo incontroversa do seu pensamento sugere a importância da no‡Æo de autonomia da gramática, uma vez que a no‡Æo resguarda o que há de mais característico na reflexÆo de Wittgenstein: sua patente afirma‡Æo de que a atividade filosófica nÆo se mistura ao trabalho científico. Assim, compreender as chaves que orbitam em torno desse tema significa ser capaz de entender a singularidade de um pensamento que articula de modo inédito a tradicional rela‡Æo entre mundo e linguagem, sem, contudo, recorrer a qualquer expressÆo de transcendentalidade. O desafio maior dessa articula‡Æo consiste em elucidar como fatos naturais assumidamente importantes podem desempenhar algum papel no contexto de uma reflexÆo distinguida pela recusa em proceder mediante investiga‡äes empíricas. Se for possível imaginar a dimensÆo desta dificuldade, e o que ela implica, talvez seja essa a medida da singularidade do pensamento de Wittgenstein.

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Bacharel e Mestre em Filosofia pela Universidade Federal da Bahia, é doutorando em Filosofia pela Universidad Autónoma de Madrid. Pesquisa a rela‡Æo entre fatos e conceitos na obra de Wittgenstein e suas consequências para compreensÆo do que entendemos como ciência e filosofia.

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