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O presente trabalho retrata os efeitos materiais e simbólicos da instala‡Æo de indústrias produtoras de ferro-gusa no corredor da Estrada de Ferro Carajás que, desde meados da década de 1990, passaram a usar o carvÆo de coco baba‡u como redutor de minério de ferro, promovendo assim um fenômeno de mercantiliza‡Æo de uma mercadoria que outrora era utilizada mormente para o consumo e reprodu‡Æo familiar, sendo comercializada episodicamente e em pequena escala por trabalhadores agroextrativistas da Amazônia. Este processo de mercantiliza‡Æo promoveu uma notável desorganiza‡Æo e reorganiza‡Æo do modo de produ‡Æo tradicional dos extrativistas de coco baba‡u do Araguaia-Tocantins, um grupo em sua maioria composto por nordestinos migrantes que acompanharam as frentes de expansÆo agrícola que se deslocaram à regiÆo amazônica, trazendo consigo formas muito específicas de organiza‡Æo social da produ‡Æo, fundadas em regime de economia doméstica ou familiar agroextrativista.

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Nirson Medeiros da Silva Neto possui doutorado em Ciências Sociais, área de Antropologia, e mestrado em Direito, com ênfase em Direitos Humanos, pela Universidade Federal do Pará. Atualmente é professor do Instituto de Ciências da Sociedade da Universidade Federal do Oeste do Pará e desenvolve pesquisas em temas diversos relacionados à Amazônia.

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