---

O hip-hop como um todo esteve durante muito tempo associado a um tipo de atividade cultural marginal, refletindo o espa‡o onde era praticado em grande parte. Hoje o movimento sociocultural parece transitar entre diferentes posi‡äes, tanto no imaginário social, quanto nos estudos acadêmicos. Ele geralmente é visto ainda dessa forma, estereotipado, violento - como acontece com o "gangsta rap" - ou, no outro extremo, como atividade redentora que reflete a realidade das classes menos abastadas, da afirma‡Æo dos valores e da for‡a de seus guerreiros, que tem orgulho de sua cor e de sua origem, e que buscam formas de expressÆo e luta por direitos através dessa identidade. Podemos observar o hip-hop fora destes extremos sem no entanto excluí-los completamente mas indo além deles. Podemos observá-lo (ou observá-los) sem impor limites a sua importância social para os excluídos, e também sem colocá-lo como uma expressÆo vazia da indústria cultural. A ideia aqui é transitar entre teorias sociais desmistificando o movimento cultural, apontando novos caminhos para sua compreensÆo.

---

Mauricio Priess da Costa é Mestre em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), tem especializa‡Æo em Comunica‡Æo e Semiótica pela PUC-PR, e gradua‡Æo em Licenciatura Plena em Educa‡Æo Física também pela UFPR. Trabalha à mais de 20 anos com a cultura hip-hop e pesquisa principalmente os aspectos simbólicos e de identidade desta cultura.

---