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Proust foi o escritor que imortalizou a mais simples e, no entanto, a mais arrebatadora das sensa‡äes: a memória involuntária. Como Proust tirou os sete volumes que revolucionaram a literatura a partir do sabor de uma madeleine embebida em chá de tília? Digamos que tenha sido pelo fato de ele também ser um filósofo, e de se debru‡ar sobre a vida dessa forma. Para isso, ele escolheu os aparatos mais apropriados para sua "busca". A obra de Proust foi precursora de todas as ideias sobre arte propiciadas por Kant, herdadas e desenvolvidas por Schelling e Schopenhauer, mesmo que nÆo se saiba disso. O objetivo principal deste livro é mostrar como a filosofia foi fundamental para a constru‡Æo de "Em Busca do Tempo Perdido", ressaltando o papel da arte para o pensamento, sobretudo, o da música, forma de arte capaz de nos apresentar as emo‡äes "em si". Muitas coisas evocam uma memória involuntária: uma xícara de chá, um trope‡o, o cheiro de um lavabo, o tilintar de uma colher... Mas, nada como uma música. Poucas coisas eternizam o mundo. Unir arte, filosofia e música é uma delas: Foi o que fez Proust!

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Liliane Marinho é carioca de Santa Teresa, estudou filosofia no IFCS-UFRJ, e seu foco de pesquisa é a rela‡Æo entre a arte e a existência.

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