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Escrever orelhas é sempre perigoso. Há orelhas que nÆo ouvem ou que ouvem demais. NÆo é o caso desta. Esta deveria se chamar "ouvido" porque pertence a um livro muito especial e de um autor mais especial ainda. Valter Rodrigues é desses poetas que andam pelas ruas, perambulam pela cidade, assumem a ideia de poética na prática. Nesse perambular encontrou várias pedras que foram sendo superadas com a valentia e a coragem dos bons. Uma, no entanto, o encantou e se tornou especial. A "Pedra" viu a persistência de Valter, percebeu a ansiedade do poeta quando tomou a decisÆo de fazer o mestrado e tomá-la como tema. Aliviada, a "Pedra" viu sua história ser escrita, ela que tanto merece e é tÆo pouco narrada. O livro junta o poeta e a Pedra do Sal, um encontro saboroso de ser lido. SÆo experiências vividas que se revelam em poesia e escrevem a história de duas vidas. E arriscaria dizer, que o livro podia conter um outro título: A educa‡Æo pela pedra, pedindo licen‡a ao poeta JoÆo Cabral, porque revela como se aprender com uma pedra especial, um talismÆ que anima a cidade do Rio de Janeiro. Agora, é só ler e fazer poesia. Antonio Edmilson - historiador e professor da PUC-Rio e da UERJ.

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