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Ao longo das últimas décadas observamos uma crescente demanda pelas práticas do xamanismo urbano no mundo ocidental que, além de atrair as popula‡äes indígenas para este mercado em expansÆo, obrigou os antropólogos a refletirem cada vez mais sobre o fenômeno. Neste diálogo entre índios e moradores de grandes cidades, muitas vezes mediado pelo consumo da ayahuasca, o xamanismo se apresenta como uma institui‡Æo dotada de grande capacidade adaptativa aos novos tempos de intensa intera‡Æo entre culturas onde os antigos "primitivos" nÆo se encontram mais isolados no interior de seu desenvolvimento histórico. Partindo de situa‡äes reais de intera‡äes vivenciadas ao longo dos quatro anos de pesquisa de campo estudando um ritual terapêutico de consumo de ayahuasca conduzido por dois jovens pajés Kaxinawa, deseja-se propor uma discussÆo sobre as compatibilidades equívocas que tornam possíveis a intera‡Æo de índios e brancos neste contexto de consumo urbano de ayahuasca.

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Possui gradua‡Æo em Ciências Sociais IFCS-UFRJ, mestrado em Sociologia e Antropologia pelo PPGSA-UFRJ e doutorado Ciências Humanas com concentra‡Æo em Sociologia e Antropologia no PPGSA-UFRJ. Possui experiência docente como professor colaborador do departamento de Antropologia da UFRJ e professor substituto do Departamento de Sociologia da UFF.

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