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Através das malhas dos nÆo-ditos, interditos, do que ainda está para se dizer, que lan‡amos um olhar para a dramaturgia de Thomas Bernhard, tendo como ponto de partida seu primeiro texto para teatro, Uma festa para Boris, com tradu‡Æo ainda inédita em língua portuguesa. O conjunto de ensaios aqui presentes considera a relevância da discussÆo estética e política aberta pelo que chamamos de sua rede trágica : a paisagem do cotidiano, a fabrica‡Æo de silêncios, a dissemina‡Æo do corpo monstruoso e sobretudo, o nó paradoxal de apostar numa poética que invista na produ‡Æo de falsas alegrias e tristes gargalhadas. Caso haja uma poética bernhardiana, ela ergue-se através de uma desobediência. Sem origem marcada e sem uma dire‡Æo delimitada, a escrita de TB vai se compondo, respeitando somente a singularidade de sua própria lógica: um amontoado de blocos, de palavras, de restos, de intensidades. A todo instante cria um desafio e o dispäe como uma oferenda, à medida que parece provocar o leitor insistindo na mesma nota, no mesmo gesto: como podemos, em quais circunstâncias, fazendo uso de qual saúde, produzir um nÆo?

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Professor da Universidade do Estado da Bahia, UNEB/Campus XVI. Compäe o corpo docente do setor de teoria literária, atuando nos seguintes temas: Dramaturgia, Literatura Comparada & Outras Artes e Tradu‡Æo. Doutorado em andamento em Literatura e Cultura na linha de Estudos de Teorias e Representa‡äes Literárias e Culturais/UFBA.

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