---

O governo de Hugo Chávez se propôs a refunda‡Æo do Estado venezuelano, através de um processo de elabora‡Æo de uma nova constitui‡Æo e com base numa retórica nacionalista e bolivariana, que pretendia transformar radicalmente a estrutura econômica, mas acabou sendo limitado pela for‡a da permanência do legado institucional do país construído sobre a dependência do petróleo e a lógica rentista. Para tanto, nos utilizamos de autores que trabalham com a dimensÆo institucional do desenvolvimento econômico e se preocupam em explicar porque diante de condi‡äes materiais parecidas ocorrem resultados bastante diferenciados no que se refere ao nível de desenvolvimento econômico alcan‡ado. A resposta estaria nas trajetórias distintas de constru‡Æo institucional, já que há arranjos que incentivam os atores a produzir e inovar, enquanto outros estimulam a‡äes improdutivas e parasitárias. Nesse sentido procuramos mostrar que as institui‡äes construídas ao longo do tempo na Venezuela, essencialmente, incentivaram a lógica rentista entre os atores sociais, dos empresários aos sindicatos. A despeito de toda a retórica de ruptura o governo Chávez nÆo conseguiu romper com esse legado institucional.

---

Ademil L. Lopes é graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1995), mestrado em Engenharia de Produ‡Æo pela Universidade Federal de SÆo Carlos (2000) e doutorado em Sociologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2011). É autor de estudos e publica‡äes sobre a Venezuela.

---