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Ao concluir sua defini‡Æo do dispositivo da sexualidade, em "A vontade de saber", Foucault deixou entrever que talvez outro dispositivo já estivesse em vias de se compor. Partindo dessa ideia central e de uma série de indícios que nos chegam por intermédio das inova‡äes científicas, este trabalho defende a hipótese de que o dispositivo da sexualidade está sendo substituído pelo dispositivo da biotecnologia. Para fundamentar esta hipótese, a autora discute quais contribui‡äes o conceito de biopoder pode trazer em rela‡Æo aos recentes avan‡os da biotecnologia, particularmente no que se refere à saúde humana, percorrendo um vasto circuito teórico e um leque de autores que vai de Foucault e seus intérpretes filosóficos, como Deleuze ou Agambem, até aqueles que prolongaram as intui‡äes foucaultianas nessa dire‡Æo, como Rabinow e Rose. Para cartografar as linhas que compäem esse novo dispositivo, a autora tomou como dados empíricos, as notícias veiculadas na mídia sobre os avan‡os no campo da biotecnologia molecular, especialmente as ligadas à saúde humana, realizando uma cartografia que se mostra útil para pensar as novas modalidades de produ‡Æo de subjetividade no mundo contemporâneo.

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Laura Belluzzo de Campos Silva é Psicóloga (1980), Mestre (1992) e Doutora em Psicologia Social (1997) pela USP, com Pós-Doutorado em Psicologia Clínica pela PUC/SP(2011). É docente de cursos de pós-gradua‡Æo e de gradua‡Æo em Psicologia e atua nas áreas de Orienta‡Æo Vocacional e Saúde Mental, sobre as quais tem vários livros e artigos publicados.

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