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Os permissivos legais que referendam a prática do aborto sÆo atravessados por controvérsias morais e tecnocientíficas. Na impossibilidade de precisÆo matemática da avalia‡Æo do risco na gesta‡Æo, aspectos subjetivos como cren‡as morais e religiosas, valores culturais e experiências de vida entram em cena. Os caminhos teóricos percorridos neste trabalho fundam-se na no‡Æo foucaultiana de biopolítica para articular a compreensÆo do aborto como um objeto de controle governamental e a linguagem dos riscos como estratégia de efetiva‡Æo desse controle. A análise discursiva realizada focalizou os argumentos apresentados por profissionais médicos. Os principais resultados sinalizaram que o conceito de risco indica a rela‡Æo entre fenômenos individuais e coletivos, expresso na linguagem matemática das probabilidades, muitas vezes determinada pelas biografias pessoais e profissionais. Ao focalizar o aborto por risco de vida da gestante buscamos visibilizar as tensäes que tornam legítimo o aborto em alguns casos e criminalizado em outros, na tentativa de oferecer aos leitores a possibilidade de refletir sobre o tema a partir da análise de experiências da vida cotidiana.

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Flávia R. G. Ribeiro é Psicóloga, Doutora em Psicologia Social pela PUCSP e Docente do curso de Psicologia da UFAL/Campus Arapiraca, onde lidera o Grupo de Pesquisa Psicologia Social da Saúde. Desenvolve projetos de extensÆo e pesquisa com ênfase em Saúde Sexual e Reprodutiva, Saúde Mental, Saúde da Popula‡Æo Negra e Políticas Públicas de Saúde.

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