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(...) Arendt, que Nielson cita neste seu importante trabalho de reflexÆo, que o leitor tem a oportunidade de ter nas mÆos, assinalava que, sem o preconceito nós seríamos obrigados a rever nossas ideias todos os dias, precisaríamos, assim, do preconceito, simplesmente porque nÆo disporíamos nem do tempo nem da energia necessárias para submeter ao pensamento o conjunto de nossas experiências possíveis: o preconceito nos ajudaria a nÆo ter de recome‡ar do zero todos os dias! O problema nÆo está em submeter nossas experiências ao crivo contínuo do pensar, mas, sim, no fato de que este nÆo-pensar tem consequências sobre os Outros, consequências que levam, nÆo rara vezes, à sua elimina‡Æo (inclusive física). No seu estudo sobre o antissemitismo, Arendt mostrou as etapas que levaram a esta elimina‡Æo e isto, no interior da mais culta sociedade europeia, que desde o século XIX já tinha resolvido seu problema de analfabetismo das massas, a Alemanha! (...) Flávio Brayner

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Professor da Licenciatura em Geografia do IFPE campus Recife. Graduado em Pedagogia (UFPE), com Especializa‡Æo em Educa‡Æo de Jovens e Adultos, Globaliza‡Æo e Multiculturalidade (UFPE) e Mestrado em Educa‡Æo (UFPE). Foi Coordenador da Gestos:soropositividade, comunica‡Æo e gênero e Professor da Prefeitura do Recife.

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