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A mentira faz parte do cotidiano e adquire um lugar de destaque na sociedade hodierna. Ela é uma intrigante prática de linguagem, o que nos possibilita estudá-la enquanto um objeto discursivo, analisando-a sob o ponto de vista da produ‡Æo e de seus efeitos pretendidos sobre a recep‡Æo, pontuando, dentre outros, seus efeitos sociais em determinada situa‡Æo. A mentira é um processo enunciativo/discursivo que inicia-se no cérebro/mente, estando inscrita na rela‡Æo entre interlocutores, logo, está entre as nossas inúmeras maneiras de ver e interpretar o mundo. A mentira nÆo é um erro nem tampouco um engano. Ela é um ato intencional. A argumenta‡Æo é imprescindível à sua constru‡Æo enunciativa/discursiva e o triângulo ethos, pathos e logos(este, onde inicia-se a mentira) conduz o movimento da argumenta‡Æo no processo da mentira, no entanto, nÆo há um ethos específico para o mentiroso. A mentira tem a fun‡Æo de preservar a pessoa; no mundo da política nÆo é diferente. Ali prevalece o jogo de interesses e a disputa pelo poder. Na democracia brasileira, a mentira está voltada para a manipula‡Æo do fato e da opiniÆo. Há um "image-making" que substitui a realidade.

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Miriam de Oliveira Lemos Campos Mendon‡a, mineira de Paracatu, é formada em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais, Pós-graduada em Leitura e Produ‡Æo de Textos pelo Unicentro BH, mestre e doutora em Letras -Linguística e Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. É casada com Allison Mendon‡a e mÆe de Samuel

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