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Tratar do tema do autoextermínio por meio do suicídio é tratar do humano, da vida e de como esta vida vem sendo colocada em risco. A vida, em alguns espa‡os, tem sido duramente atacada. Todavia, a blindagem nÆo nos permite reconhecer o que há nestas terras de ninguém, nestas zonas em que a morte chega de mansinho e vai levando um após outro. Morrem três pessoas ao dia por suicídio no Rio Grande do Sul. É possível pensar esta situa‡Æo como dentro da normalidade? Dentro do esperado? A situa‡Æo de normalidade e aceita‡Æo cotidiana, a falta de indigna‡Æo ética nÆo raras vezes impede que práticas violentas sejam questionadas e, ademais, que tais práticas continuem sendo tratadas como normais, regulares, dentro do padrÆo, do "sempre foi assim" ou, entÆo, banalizadas como bem afirma Hanna Arendt, sendo incorporadas à nossa vida cotidiana. O avan‡o capitalista no meio rural tem desenvolvido novas formas de viver e de morrer e, neste contexto, onde o rural vai se tornando cada vez mais "desruralizado", criam-se espa‡os propícios à instala‡Æo do isso, da morte que se esgueira e da qual nÆo queremos falar nem mexer.

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Cientista Social (PUCRS), Doutora e Pós-doutoranda (PDJ/CNPq/UFRGS) em Psicologia Social e Institucional (UFRGS), mestre em Sociologia (UFRGS) e mestre em Direitos Humanos e Desenvolvimento (UPO/Sevilha). Especialista em Educa‡Æo (ULBRA).

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