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Este trabalho busca, através do estudo de documentos jurídicos do período Colonial, compreender o processo de banaliza‡Æo da violência contra a mulher. Analisamos os discursos construídos pelo Estado e a Igreja no sentido de construir modelos de masculinidade/feminilidade que se tornaram privilegiados neste período. As rela‡äes estabelecidas entre homens e mulheres, traduzidas como rela‡äes de poder dentro de uma sociedade escravista e patriarcal em que as categorias etnia, classe e gênero se entrecruzam criando uma rede de rela‡äes complexas. A análise qualitativa dos processos possibilitou uma aproxima‡Æo do cotidiano de homens e mulheres envolvidos em crimes e que se encontravam imersos em uma realidade cujas práticas estavam sujeitas ao discurso jurídico e que teve como consequência a brutal hierarquiza‡Æo das rela‡äes de gênero em um nível de dependência e submissÆo femininas que definiu um modelo de feminilidade, mas nÆo impediu que diversas mulheres rompessem com esta lógica, subvertendo a ordem e pondo em xeque os privilégios do patriarcado.

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Doutorando e mestre em História Social pela Universidade Federal do Ceará.Pesquisador no Grupo de Pesquisas e Estudos em História e Gênero (GPEHG), assim como no grupo Tradi‡äes Discursivas do Ceará (TRADICE) e membro do Grupo de Pesquisa Sociedade e Cultura no Brasil Oitocentista (SEBO) todos da Universidade Federal do Ceará.

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