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Sete semanas antes da Páscoa a cidade se enfeita. Foliäes e mascarados abandonam a censura da vida diária para se divertir em uma época historicamente dada aos exageros. O carnaval, festa que ganhou seus contornos na Paris do século XIII, chegou ao Brasil nas caravelas portuguesas. Por meio delas também vieram costumes e cren‡as, replicadas pela "nova terra". Somos um Brasil neo-lusitano ou uma mistura sem fim de várias culturas? As reflexäes aqui apresentadas orbitam em torno de uma cria‡Æo genuinamente nacional: o samba-enredo. Parte do cancioneiro carnavalesco, teve sua origem nas rodas de samba da casa de Tia Ciata, na Pra‡a XI, e embala desde o come‡o do século XX os desfiles das Escolas de Samba do Rio de Janeiro. O carnaval, que outrora brindou ao poder, servindo como ferramenta de propaganda ufanista, transformou-se em voz dissidente, criticando a situa‡Æo econômica e social do país. Seja como propaganda nacional ou crítica da vida diária, o samba-enredo ajudou a criar uma sociedade na qual pierrôs, arlequins e colombinas pudessem se sentir, enfim, brasileiros.

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Carlos Raphael Ferreira Gon‡alves de Souza é graduado em Publicidade e Propaganda pela Universidade Veiga de Almeida (Campus Cabo Frio - RJ). Entusiasta do carnaval carioca, sempre viveu imerso nesse mundo de criatividade e magia, procurando entender a rela‡Æo da cultura com o dia a dia da sociedade.

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