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Definir fic‡Æo e suas especificidades constitui interesse de áreas de estudo como a Teoria da Literatura, a Linguística e a Filosofia. É comum que se busque na própria linguagem as marcas que distinguiriam o texto ficcional. A teórica da literatura alemÆ Käte Hamburger propäe que a narrativa em primeira pessoa nÆo seja fic‡Æo, mas fingimento com inten‡Æo de se passar por enuncia‡Æo verdadeira, por nÆo conter em si nada que a desnude como texto ficcional. Esta posi‡Æo instiga o autor do presente trabalho, aqui em sua tese de doutorado, a demonstrar que, em vez de querer fingir a realidade, a narrativa em primeira pessoa exacerba e intensifica os processos de escritura‡Æo e recep‡Æo do texto ficcional, deixando evidente a sua condi‡Æo. Se, nas suas origens, a narrativa ficcional em primeira pessoa simulava gêneros como a carta, o diário, as memórias, ela evoluiu para técnicas possíveis apenas no âmbito da ficcionalidade. Exemplos notáveis sÆo os diversos modos pelos quais os narradores exibem seus processos internos, como monólogos e fluxos de consciência. As técnicas de enuncia‡Æo e de configura‡Æo dos tempos narrativos estabelecem modos de recep‡Æo específicos do jogo ficcional.

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Edson Ribeiro da Silva nasceu em Lidianópolis, Paraná, em 13 de maio de 1969. É formado em Letras pela Fafijan. Mestre em Estudos da Linguagem pela UEL. Doutor em Letras (Estudos Literários) pela UEL, onde conclui o pós-doutorado. Escritor, pintor e escultor. Reside em Curitiba, onde atua como professor da Uniandrade e da rede estadual de ensino.

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