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Um dos movimentos mais importantes daquilo que denominamos como esclarecimento diz respeito à análise do fenômeno religioso. Na dissec‡Æo das questäes referentes à cren‡a, suas motiva‡äes e processos psíquicos envolvidos, alguns autores que viveram sob a égide desse período, como Hume e Feuerbach, abriram mÆo de uma semântica muito próxima para a constru‡Æo de seus discursos explicativos. O medo como causa, e a proje‡Æo como procedimento mental, sÆo elementos importantes nessas constru‡äes. Quando Freud - que foi leitor de ambos os autores e é considerado um dos últimos esclarecedores - constrói alguns de seus textos a respeito do fenômeno religioso - Totem e Tabu e O Futuro de uma IlusÆo, mais especificamente -, acaba por fazer uso de recursos explicativos que remetem a esta espécie de tradi‡Æo filosófica. Os termos que aparecerÆo em Freud serÆo desamparo (Hilflosigkeit) e proje‡Æo (Projektion). Estes conceitos, apesar de extrema operatividade na estrutura explicativa do fenômeno religioso, nÆo surgem pela primeira vez nestes textos culturais: há muito fazem parte da história da psicanálise freudiana, e têm a sua significa‡Æo laboriosamente montada em um longo percurso.

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Graduado em Filosofia pela Unicamp, Mestre também em Filosofia pela UFSCar, tem como principal campo de interesse a Epistemologia da Psicanálise. Congrega ao trabalho acadêmico sua atua‡Æo como psicanalista.

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