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Parece certo que o Modernismo Brasileiro - em sua vertente paulista - teve suas raízes entrela‡adas ao processo de forma‡Æo da elite intelectual e política nascida, nas passagens do XIX ao XX, com o projeto de constru‡Æo de uma hegemonia de alcance nacional para SÆo Paulo. Nesse sentido, muito da rebeldia estética com que Oswald e seus companheiros de gera‡Æo escandalizaram seus contemporâneos, durante os inquietos anos vinte, deveu seu impulso primeiro ao esfor‡o oficial de revestir SÆo Paulo da aura de norte cultural do país e do papel de marco de refunda‡Æo da nacionalidade. Entretanto, a "coincidência" cultural e política nÆo apagaria os pontos de tensÆo e as ambiguidades que se instalariam no interior de tal congenitalidade. Pelo contrário, parece ser este mesmo o fator do qual se desprenderiam tanto as for‡as poéticas que iriam compor com a ordem sócio-simbólica entÆo vigente, quanto as que carregavam as virtualidades que, sorrateiras, desestabilizariam suas pretensäes.

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Giordano Barbin Bertelli é doutor em Sociologia pela Universidade Federal de SÆo Carlos, pesquisador dos grupos Realismo e realidade na fic‡Æo brasileira (UFSCar) e NaMargem - núcleo de pesquisas urbanas (UFSCar/CEM), pesquisa apoiada pela FAPESP (Cepid) e CNPq (INCT).

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