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No Brasil, é difícil buscar entender o que se passa nas prisäes. Assim que o assunto vem à tona, os responsáveis pela gestÆo do sistema se fecham, parecem querer maquiar a situa‡Æo caótica, como se ela nÆo existisse. O tema só é exposto, na maioria das vezes, quando algum programa de reinclusÆo social aplicado nas penitenciárias dá sinais de sucesso. O controle exercido sobre as informa‡äes advindas do cárcere é um indício das práticas que impäem a circula‡Æo de saberes. Submetidos a esse ambiente e às pressäes sociais, os detentos nÆo encontram respaldo à sua voz, às suas reivindica‡äes, a uma eventual tentativa de abandonar a criminalidade. A quem recorrer? Como expressar o que pensam e sentem e planejar uma vida de acordo com os padräes da sociedade contemporânea? Com o acesso restrito à comunica‡Æo, uma alternativa viável pela qual conseguem se posicionar sÆo as cartas. Este livro pretende promover uma reflexÆo acerca dos dizeres manifestos em relatos escritos por detentas e ex-detentas, analisando como eles se relacionam com as estratégias de controle exercidas atrás das grades. Uma oportunidade para que os presos tenham voz. E sejam ouvidos.

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Igor Savenhago é jornalista e Mestre em Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS). Trabalhou em vários veículos de comunica‡Æo da regiÆo de RibeirÆo Preto-SP, entre jornais, revistas e emissoras de televisÆo. É professor dos cursos de Jornalismo da Universidade de Franca-SP (Unifran) e do Instituto Municipal de Ensino Superior de Bebedouro-SP (IMESB).

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