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As pessoas que constituem comunidades eclesiais de base, enquanto sujeitos da cultura popular brasileira, mantêm sua tradicional devo‡Æo. Nela está um núcleo de sentido que preserva o espa‡o mítico da religiÆo com sua temporalidade sagrada, a complexa família dos santos do catolicismo, os valores morais e as rela‡äes solidárias. Ali, elementos tradicionais alimentam vitalmente as atitudes libertárias dos membros das CEBs. Com esse núcleo de sentido vital e dinamizador, a devo‡Æo persiste na fronteira com a teologia da liberta‡Æo porque é através da religiÆo que estes sujeitos continuamente buscam dar sentido à vida e ao mundo. Com seu imaginário que opera no interior da cultura popular, e contando com recursos como as indefini‡äes, ambiguidades e ambivalências, compäem e recompäem continuamente sua compreensÆo através da bricolagem de signos, imagens e conceitos. Isso lhes permite manter Nossa Senhora numa rela‡Æo de máxima proximidade e como uma quase-deusa. Assim, entre o espa‡o mítico ou sagrado e a realidade histórica há uma dinâmica complementa‡Æo. Apropriada por esse dinamismo, a teologia da liberta‡Æo traz uma importante contribui‡Æo.

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Maria Cecília Domezi, doutora em Ciências da ReligiÆo e com mestrados em Teologia e História Social, tem longa experiência de trabalho com as comunidades eclesiais de base, além de lecionar História da Igreja Católica e História do Cristianismo. Em suas publica‡äes tem real‡ado a perspectiva da mulher e as expressäes religiosas populares.

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