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No presente livro se analisam as ideologias e discursos negativizadores a respeito dos sistemas de conhecimento dos povos indígenas, teorizados e paradigmatizados como simples mitos e cren‡as ou no‡äes subjetivas pelos estudos etnocientíficos, que de alguma maneira têm servido para justificar e fundamentar a desigualdade, explora‡Æo, racismo e discrimina‡Æo contra esses povos. Nas últimas décadas do século XX, tem come‡ado um processo de desconstru‡Æo de tais discursos a partir de análises endógenas feitas por grupos organizados e por pessoas individuais na forma de identidades políticas, que têm por objetivo, reivindicar um direito de ser e estar no mundo, - a validade e nÆo a verdade das suas perspectivas de conhecimento-. Se discute o processo de institucionaliza‡Æo das nÆo-ciências em contrapartida com a formaliza‡Æo das etnociências como disciplinas que têm por objetivo a aproxima‡Æo, representa‡Æo e exotiza‡Æo dos sistemas de conhecimento dos povos nÆo-ocidentais, desta maneira, se evidencia o vazio ontológico e epistemológico existente entre ciências naturais, ciências sociais e os sistemas de conhecimento dos povos indígenas, e as expressäes contemporâneas desexotizantes.

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María Jacinta Xón Riquiac, indígena Maya-k´iche´. Licenciada em Antropologia pela "Universidad de San Carlos de Guatemala -USAC-" e Mestre em Historia das Ciências pela Pontifícia Universidade Católica de SÆo Paulo e aluna da vida.

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