---

Todo aquele que se dedica a investigar a estrutura filosófica dos Ensaios de Montaigne já tem contra si de saída, nÆo apenas grande parte da crítica, mas ainda aparentemente a própria letra do texto. Pois se àquela tem agradado sobremaneira as explica‡äes estritamente sociológicas ou literárias que pretendem resolver as diversas dificuldades de interpreta‡Æo propondo chaves hermenêuticas exclusivamente externas ou internas, a própria lógica de funcionamento inerente ao texto ensaístico resiste por si às explica‡äes que nÆo levem em conta a forma como sua disposi‡Æo filosófica singular está ligada à cria‡Æo de um método ou estilo próprio, o ensaio. Creio que a coragem do autor em interpelar simples e diretamente o ensaísta a respeito da questÆo filosófica fundamental do ser, interrogando-o sobre "uma possível ontologia implícita" em sua obra, servirá de orienta‡Æo para muitos pesquisadores no futuro. Pois por seus resultados, aqui expostos, poderÆo perceber como a ontologia ou o ceticismo ensaísticos sÆo de tal forma especiais que podem, nÆo apenas conviver, mas se combinar, colaborando na constru‡Æo de uma perspectiva única na história da filosofia. Celso Martins Azar (UFF)

---

Marcelo Fonseca de Oliveira é mestre em filosofia moderna (UFMG - Brasil), titulo obtido com a presente tese, na qual mostrou a improbabilidade ontológica no pensamento de Montaigne. Publicou artigos sobre Aristóteles, Montaigne, Descartes, Hume e Nietzsche. Interessa-se também pelas rela‡äes entre filosofia e literatura.

---