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Partindo de uma abordagem da memória e identidade portuguesas, no período compreendido entre o evento do 25 de Abril de 1974 e os finais da primeira década do século XXI, desenvolve-se, na presente obra, uma análise comparativa entre dois paradigmas de representa‡Æo: por um lado, o da imagem oficial da na‡Æo, suportado pelo vetor de poder estatal; por outro, e problematizando essa mesma forma de representa‡Æo oficial, um modelo discursivo de matriz literária, assente na obra romanesca de António Lobo Antunes. No cotejo entre o texto inaugural da Constitui‡Æo da República Portuguesa (datado de 2 de Abril de 1976) e as diversas revisäes a que se vê sujeito ao longo das últimas décadas, evidenciam-se quatro etapas distintas de evolu‡Æo da imagem oficialmente partilhada pelo país, as quais conseguem, apesar de tudo, manter a ilusÆo de uma quase perfeita continuidade discursiva entre o Portugal de 1974 e o do século XXI. Tais etapas desconstroem-se, no entanto, à luz da fic‡Æo de António Lobo Antunes, a qual revela um conjunto surpreendente de representa‡äes alternativas e tipicamente silenciadas da na‡Æo portuguesa.

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Jorge Gomes da Costa desenvolve investiga‡Æo em literatura, identidade nacional e análise do discurso. É Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Leiria - Portugal, nas áreas da linguagem e comunica‡Æo e Investigador Colaborador do CICS.NOVA - grupo "Desigualdades Sociais e Ac‡Æo Pública - Educa‡Æo, Conhecimento e Cultura".

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