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Tal como em outras de suas pe‡as, nesta tragédia, Eurípides outorga à mulher uma capacidade retórica inusitada para a época. Hécuba, desiludida com o que lhe restava de vida, desonrada, destituída do seu caráter e posi‡Æo de rainha, vendo sua filha sendo-lhe retirada dos bra‡os para que fosse sacrificada, descobre que já nÆo vivia seu rebento mais jovem, Polidoro. Convence as cativas troianas a auxiliá-la nos seus propósitos de assassinar os filhos de Poliméstor e de cegá-lo, pois já era passada em anos e nÆo teria for‡a suficiente para empunhar arma contra três. Especialmente por que era mulher, ela se faz do poder da multidÆo, utilizando-se da for‡a do número contra a for‡a masculina. Tudo acontece em terra Trácia, enquanto os aqueus esperam um bom vento para zarpar em dire‡Æo à pátria. No final da pe‡a, em mais um de seus excelentes discursos, a rainha vencida manipula a opiniÆo dos aqueus para que nÆo fosse julgada culpada da morte dos filhos de Poliméstor, nem de tê-lo cegado.

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Caetano, Andreza
Licenciada em Português/Inglês, a tradu‡Æo de Hero e Leandro, de Museu, conferiu-lhe também o título de Bacharelado em Grego Clássico, pela UFMG. Mestre em Estudos Clássicos, atua em Poéticas da Tradu‡Æo. Produziu (em coautoria) a Ilíada de Homero: tradu‡Æo em quadrinhos (2012). Atualmente é doutoranda em Estudos Clássicos, traduzindo Calímaco.

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